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O balanço da temporada 2019 por Raiza Goulão


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Minha cabeça já está planejando a temporada de 2020, mas não posso deixar de fazer um balanço de tudo que aconteceu na minha carreira esportiva neste ano. Entrei para o Corinthians Audax Bike Team e nossa equipe foi lançada em um grandioso evento em Teresina, no Piauí, cidade em que fica a sede da Audax. Uma equipe que teve em 2019 marcas fortes ao seu lado, como ADX, FSA, Atrio, Prologo, FOX, Shimano, Bioflora, Amino Vital, ERT uniformes, Royal Pro (Continental, Spiuk, Morgan Blue e Abus) e a multinacional eletrônica TCL.

A primeira prova da temporada foi a 32a edição do Piocerá Rally, em que fiz a dobradinha ao lado do meu parceiro de equipe, o Daniel Zóia. Após isso, foram 17 provas disputadas válidas pelos rankings UCI (União Ciclística Internacional), mundial e olímpico, entre fevereiro e setembro. Ao todo, fechei essas disputas 12 vezes no top 5, sendo quatro vitórias: Copa Chile Internacional, Taça Brasil (Mairiporã), Internacional Estrada Real (Mariana) e Taça Brasil (Goiânia). Também me destaquei com o vice-campeonato brasileiro (XCO), em Mairiporã, e o vice da Internacional Estrada Real (Itabirito).

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Dividindo a temporada por semestres, acumulei 11 provas na primeira parte do ano e apenas seis na segunda metade. O ponto chave do meu ano foi na ida para a Europa, competir nas etapas de Andorra e da França da Copa do Mundo UCI MTB. Foi lá que senti algo estranho com minha saúde e assim que retornei ao Brasil, procurei minha médica, a Dra Fernanda Lima, porque em Les Gets (FRA) senti muito a respiração e os batimentos cardíacos. Foram as piores sensações que tive de prova, terminando a disputa com muita dificuldade para respirar. A luta foi contra meu corpo e organismo, que não estavam respondendo como seria o normal.

A volta para o Brasil foi direto para competir na principal prova nacional, o Brasileiro de XCO / XCM, em Mairiporã. Porém, a semana que antecedeu a prova não foi de treinos, como seria o normal, mas sim de fazer exames em São Paulo, em busca de respostas. Conforme a Dra Fernanda suspeitava, fui diagnosticada com a Síndrome de RED-S, após a quadro de falta de ar na Europa.

RES-S é a sigla em inglês de uma síndrome que afeta atletas e tem relação com uma baixa disponibilidade energética no esporte. Essa baixa reserva energética é responsável por alterações hormonais, metabólicas e na imunidade. O atleta só se dá conta, no entanto, quando a performance caí e já não consegue responder aos treinos. Os órgãos e federações na área de esporte de diversos Países já alertam para o risco do atleta adoecer com essa síndrome e inclusive recomendam o afastamento em determinadas situações. No Brasil, o quadro ainda é pouco conhecido e diagnosticado.

A equipe médica que cuida de mim, composta pela Dra Fernanda Lima, junto com minha ginecologista, a Dra. Tathiana Parmigiano, e minha nutricionista, Elizabeth Moraes, iniciou um protocolo de recuperação, que implicou em mudanças no calendário de provas, sempre apoiadas pelo meu treinador, Helio de Souza. Isso impediu, naquele momento, que eu viajasse para as etapas da Copa do Mundo da Itália e Suíça, além do Campeonato Mundial, no fim de agosto, no Canadá. Em setembro completei minhas duas últimas provas do ano. Em outubro, mês em que encerraria 2019 para mim, fui para a Bahia competir na Brasil Ride, porém não pude completar pelo segundo ano seguido a prova, uma vez que minha dupla, Angelita Parra, ficou doente e abandonamos na terceira etapa.

Sobre o tratamento do RED-S, tenho sentido ótimas respostas do meu corpo nos treinamentos e estou muito feliz por isso, porque a cada dia me sinto melhor. A confiança e alegria voltaram e isso é o mais importante, porque em 2020 teremos os Jogos Olímpicos de Tóquio e eu acredito que seja possível chegar ao mês de maio com a melhor performance dos últimos anos, ou seja, na disputa pela vaga que o Brasil deve conquistar no feminino.

Se para mim foi bem difícil entender a situação que eu estava passando com o RED-S e decidir que era hora de focar 100% na recuperação, para colher os frutos no futuro, posso afirmar sem dúvidas que tive um apoio gigantesco de quem torce por mim. Desde as pessoas que compõe minha equipe multi-disciplinar e todos da equipe Corinthians Audax Bike Team, até os torcedores, que nas redes sociais demonstraram carinho, em diversas mensagens, algo que para mim não tem preço.

Ter quase 80 mil pessoas me seguindo no Instagram, atingindo mais de meio milhão de likes em 2019, cerca de 24 mil pessoas que me curtem no Facebook, com alcance de 300 mil pessoas, e seguir com meu hobby sendo movimentado, o canal do YouTube, com 8,5 mil seguidores e cerca de 70 mil views nos meus vídeos, me deixam ainda mais contente e tornam-se um combustível extra para atingir meus objetivos na próxima temporada.

Agradeço também pessoas que são especiais para mim na minha trajetória profissional, como meu coach Flavio Magtaz, minha preparadora física Luane Mohallem, minha psicóloga Alessandra Dutra, bem como minha família e amigos. Também não deixo de agradecer aos meus patrocinadores pessoais, Aldeia da Paz, Pdal Bars, Clínica Move, Estação Solar, Compressport, Academia Triboo Multisports, CBC e Bolsa Atleta.


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