Prefeitura do Rio cria terceira área exclusiva para treinamento de ciclistas de competição no Porto
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, assinou nesta terça-feira, dia 26 de novembro, o termo de compromisso que cria a Área de Proteção ao Ciclismo de Competição (APCC) no Porto Maravilha. A Prefeitura vai autorizar a abertura do circuito Marcos Hama, com 11 quilômetros de extensão, para treinos aos domingos e feriados, das 6h às 8h, a partir de 1º de dezembro. O percurso compreende a Avenida Alfred Agache, o Túnel Prefeito Marcello Alencar e a Avenida Rodrigues Alves.
Será a 3ª APCC do Rio, uma conquista para os praticantes do esporte e para o crescimento do uso da bicicleta na cidade. As demais APCCs são o circuito Pedro Nikolay, com 7 km, no Aterro do Flamengo (Zona Sul), e o circuito Guilherme Pádua, com 8 km, no Recreio dos Bandeirantes (Zona Oeste). Agora, somadas as três áreas de proteção, são 26 km dedicados ao treinamento de ciclistas de competição na cidade.
– Nós estamos celebrando hoje uma grande vitória para a Cidade do Rio de Janeiro e para o esporte – afirmou o prefeito. – Quando a gente vê o acidente que fez o Hama ficar tetraplégico, tem toda a razão de se preocupar e fazer as APCCs – completou Crivella, referindo-se ao ciclista que dá o nome do novo circuito.
A demanda por uma nova APCC, agora no Porto Maravilha, veio da Comissão de Segurança no Ciclismo (CSC) do Rio de Janeiro. Para a implantação, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) buscou o apoio de CET-Rio, Comlurb, Guarda Municipal e Concessionária Porto Novo.
O presidente da CSC-RJ, Miguel Lasalvia, elogiou a Prefeitura pelo novo espaço de treinamento. A iniciativa, disse, mantém o Rio na vanguarda no que se refere a áreas onde o ciclismo de alto rendimento pode ser praticado em segurança.
– Foi absolutamente espetacular o posicionamento da Prefeitura. O ciclismo é, mundialmente, o esporte com mais vítimas fatais. Esse é um circuito de 11 km de qualidade técnica. Esta nova área vai facilitar ainda mais a prática porque será aberta aos domingos. Os atletas vão treinar evitando se colocar em risco nas ruas e nas estradas – comemorou Lasalvia que, durante o evento, dirigiu-se a Crivella, a quem agradeceu: – Este momento é ímpar. Prefeito, o senhor está salvando vidas hoje.
O paratleta Edson Nascimento, vice-campeão brasileiro de handbike, também elogiou a qualidade da nova área de treinamento:
– Além de ser segura e com infraestrutura para todos os atletas, com ótimo asfalto, não é um percurso monótono. Tem subidas e descidas, e o atleta de alta performance tem que ser apto em competições com diversas adversidades – explicou Edson.
Interdições
Nos domingos e feriados, haverá o bloqueio de vias, das 5h30 às 8h30, para montagem e desmontagem das estruturas de apoio:
Avenida General Justo (pista sentido Túnel Prefeito Marcello Alencar) a partir do Trevo Estudante Edson Luís de Lima Souto;
Avenida Alfred Agache em ambos os sentidos;
Túnel Prefeito Marcello Alencar em ambos os sentidos;
Avenida Rodrigues Alves em ambos os sentidos, entre o Túnel Prefeito Marcello Allencar e o acesso a Via B4, nas proximidades da Rodoviária Novo Rio.
Direção Avenida Brasil
Motoristas poderão utilizar Avenida Presidente Antônio Carlos, Rua Primeiro de Março, Túnel Rio 450 e Via Binário do Porto.
Direção Zona Sul
Desvio será feito utilizando a Via B4 e a Via Binário do Porto.
Marcos Hama é um ciclista e triatleta que se acidentou na rodovia Rio-Magé, em 2011, quando treinava para o Iron Man, uma das mais famosas e exigentes competições do circuito mundial do triatlo. Ele se chocou com a traseira de um ônibus que parou de repente na pista para pegar passageiros. Hama acabou batendo de cabeça no ônibus, o que causou lesões graves na coluna vertebral e o deixou paraplégico. Em seguida, Hama apresentou sintomas da Síndrome de Guillain Barré, distúrbio em que o sistema imunológico do próprio corpo ataca os nervos que conectam o cérebro a outras partes do corpo. Como consequência, seu quadro se agravou, e ele ficou tetraplégico.
Querido no meio ciclístico, Hama é o símbolo de uma luta por segurança para os ciclistas em geral e, em particular, para os que treinam desportivamente. Essa é a finalidade principal da criação de uma APCC: garantir contato zero das bicicletas com automóveis e permitir condições de segurança para os treinamentos, em áreas de circuito fechado, onde também os pedestres não fiquem expostos a riscos.