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Brasil Ride: ultramaratona se consolida como a principal stage race premium de MTB


Avancini posa para fotos com fãs (Fabio Piva / Brasil Ride)

Se nas trilhas os ciclistas escreveram seus nomes ao participarem da histórica décima edição da Brasil Ride, de 20 a 26 de outubro, em Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, e Guaratinga, no extremo Sul da Bahia, fora delas os elogios foram inúmeros por parte das estrelas que compuseram essa festa do esporte. A prova, que era apontada por muitos como a principal ultramaratona de mountain bike das Américas, teve seu status elevado na opinião dos atletas, como a mais premium entre as stage races (corridas por etapas) no MTB mundial. Em termos de estrutura, a Brasil Ride realmente se destaca, sendo full service. Possui entre os destaques o serviço de Suporte Neutro Shimano, que gratuitamente faz atendimento mecânico a todos os ciclistas durante a prova, independente da marca de componentes de sua bike, e o lava-bike realizado pela Squirt, em que após cada etapa o atleta deixa sua bicicleta na tenda da marca e depois as retiram limpas, sem se preocupar com o assunto. Na Vila Brasil Ride, em Guaratinga, a organização monta uma verdadeira cidade para mais de 1.100 pessoas, com café da manhã e jantar de qualidade, bem como toda a estrutura necessária de higiene com banheiros e chuveiros. "Tudo isso parece fácil, mas não é. São dez anos de dedicação e persistência para realizar um megaevento global em um País em que o ciclismo não tem tradição e está começando a decolar", comentou Mario Roma, fundador da Brasil Ride.

Campeãs da elite feminina cruzam linha de chegada (Josue Fernandez / Brasil Ride)

Campeão mundial em 2018 e tricampeão da Brasil Ride (2013/17/18), Henrique Avancini faz sua avaliação do evento. "Este ano tivemos um número bem maior de atletas de peso no pelotão de elite e isso demonstra o quanto a prova vem crescendo e melhorando na participação de competidores internacionais. Por isso, coloco a Brasil Ride como uma das mais duras do planeta. Destaco também a ultramaratona brasileira pela dificuldade do terreno em si. Costumo dizer que, para o amador, aquele que participa de corridas com o objetivo de concluir, é a prova mais difícil do mundo para ser realizada globalmente falando. Um evento que testa a capacidade de uma pessoa concluir um grande desafio", disse Avancini Bicampeão da Brasil Ride após vencer em 2012 e 2019, o português Tiago Ferreira, que ainda acumula títulos de campeão mundial e europeu de Maratona (XCM), é um dos ciclistas que valida essa condição de principal stage race premium de MTB. "O salto de qualidade este ano foi bem notório. Por isso que, na minha opinião, a Brasil Ride se consolidou como a principal prova de mountain bike por etapas no mundo, e acho que em breve vai estar consolidada como a melhor entre todas de MTB, independente de duração que leva", afirmou Tiago. Maior campeão da ultramaratona ao lado de Henrique Avancini e do tcheco Jiri Novak, também com três títulos, o holandês Hans Becking elogia o evento. "A grande diferença é que a Brasil Ride é muito mais familiar. Na Cape Epic, por exemplo, após a etapa você entra no trailer e não vê outras pessoas. Há mais estresse e uma organização restrita. Na Brasil Ride, adoro conversar com os outros ciclistas, tomar um açaí à noite e conhecer os adversários que disputam comigo a semana toda. Isso nos faz respirar MTB, com conceitos de família e amizade. Ver aonde o Mario Roma começou e o que ele evoluiu em apenas dez anos é impressionante. E, se ele continuar assim, com certeza em breve a Brasil Ride será a maior corrida de MTB do mundo", avaliou Hans.

Vista aérea da arena em Arraial d'Ajuda (Fabio Piva / Brasil Ride)

O campeão olímpico Jaroslav Kulhavy, vencedor do XCO (Cross Country Olímpico) em Londres 2012, também faz seu registro. "É difícil dizer se é a mais difícil entre as provas de etapas do mundo. Quero dizer, trata-se de mais fatores, como qualidade dos principais pilotos profissionais. Para mim, a Brasil Ride é do mesmo nível que a Cape Epic. No Brasil, são provavelmente as subidas mais difíceis. Também o clima (quente) é difícil durante a corrida", destacou Kulhavy. Campeão oito vezes da Brasil Ride e tetra da Cape Epic, sempre na categoria máster, o ciclista Abraão Azevedo também opina. "Já corri diversas vezes ao lado do Bart Brentjens nas duas provas, onde temos vários títulos conquistados juntos. Posso afirmar que a disputa na Bahia é muito mais dura do que a ultramaratona sul-africana", contou Abraão.

Com recorde de profissionais de mídia trabalhando no evento, mais de 50 pessoas, a décima edição da Brasil Ride atingirá números impactantes no que diz respeito ao retorno de mídia. Até o momento, mais de 43 milhões de reais em retornos já foram calculados, faltando ainda a mensuração de exibições de destaque, como a do canal de TV NHK, do Japão, que contará com um programa de 90 minutos exclusivo sobre a prova, publicações impressas como a Revista Bike, da Costa Rica, e a Bike Magazine, de Portugal, entre outros retornos de mídia on-line e eletrônica. Ao todo, mais de 9.600.000 pessoas foram impactadas diretamente pelas redes sociais - Instagram, Facebook e YouTube - ao assistirem às transmissões ao vivo e os vídeos divulgados.

Tanto a ultramaratona como a Maratona dos Descobrimentos, realizada no dia 26 de outubro, contribuíram para que Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, atingisse lotação máxima da rede hoteleira, ou seja, bem próxima dos 100%. Considerando que o evento reuniu mais de 6.000 pessoas neste período, calcula-se mais de R$ 10 milhões de impacto econômico na região, com um ticket médio em torno de R$ 385 por pessoa, segundo dados do município. Além da ocupação em Arraial d'Ajuda, a Brasil Ride contribuiu também para a economia da pequena Guaratinga, a 130 km mais ao sul da Bahia, a outra sede da competição.

A organização do evento constrói anualmente uma cidade para 1.100 pessoas em uma fazenda a 14 quilômetros de Guaratinga. É uma estrutura gigantesca com 80 toneladas de equipamentos, montada em uma área de 10 hectares para quatro dias de provas. São 1.100 barracas, dois poços artesianos de 100 metros de profundidade, com cinco bombas que extraem e distribui 800 mil litros de água para diversas áreas da cidade, tendas para restaurantes, incluindo um para 700 pessoas, 10 km de fios subterrâneos, 48 chuveiros com água quente, nove tendas para patrocinadores e uma carreta médica completa.

Pelotão agrupado (Wladimir Togumi / Brasil Ride)

Durante dois meses a equipe do evento transforma uma área de pasto para o gado em uma cidade completa, com fiação subterrânea, áreas para alimentação, banhos e banheiros e três áreas diferentes com barracas para os atletas e estafe. Números que impressionam, uma vez que são servidas mais de 9 mil refeições, sendo consumidos 4.800 kg de macarrão, 1.200 kg de arroz e 10 toneladas de proteína (carne bovina, franco e peixe), sem falar de 45 mil ovos e 4.000 dúzias de banana. Tudo isso para apoiar os 570 ciclistas da prova e equipes de apoio, com mais de 300 pessoas na organização. Participaram da décima edição da ultramaratona 570 ciclistas de 23 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, Chipre, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Equador, França, Holanda, Itália, Japão, México, Portugal, República Tcheca, Rússia, Suíça e Venezuela.

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