Sebastian Fini vence o prólogo da Brasil Ride ao lado de Martins Blums
Acostumados com o forte calor e o sol no Extremo Sul da Bahia, os 540 ciclistas inscritos na nona edição da Brasil Ride tiveram que adaptar-se ao tempo chuvoso que persistiu durante todo o prólogo, na tarde deste domingo (21), em Arraial d'Ajuda, Porto Seguro. Na elite masculina a vitória foi de Sebastian Fini (DIN) e Martins Blums (LVA), da CST Sandd American Eagle MTB Racing Team, e no feminino Jaqueline Mourão (BRA) e Cindy Montambault (CAN), da equipe Jacky & Cindy, concluíram os 21 km do prólogo no menor tempo. Na disputa pela liderança da elite masculina, Sebastian Fini o segundo triunfo no prólogo da Brasil Ride. Após vencer com Hans Becking na edição do ano passado, com o tempo de 49min42seg, Fini e Blums conseguiram superar as adversidades da chuva e cravar 49min33seg, oito segundos à frente de Henrique Avancini (BRA) e Manuel Fumic (GER), da Cannondale Factory Racing, que completaram em 49min41seg. O top 3 do dia no masculino teve ainda David Nodermann (NED) e Grant Ferguson (GBR), também da CST Sandd American Eegle, em 49min58seg.
Para Sebastian Fini, o entrosamento com Martins Blums foi um diferencial na primeira de sete etapas da Brasil Ride. - Digo que foi um começo difícil para essa ultramaratona. Estava chovendo e as condições eram complicadas para pedalar, mas o Martins e eu conseguimos ir muito bem. Somos atletas de cross country (XC) e estamos acostumados a pedalar em todo tipo de condição. Nos sentimos bem no percurso e eu estava bastante forte, assim como meu parceiro. Tentamos ser o mais rápido o possível, mas sem ultrapassar o limite e agora somos líderes -, destacou o dinamarquês Fini. Já o letão Martins Blums, ter um companheiro com maior experiência na ultramaratona foi o ponto diferencial. - Pensava que seria até mais difícil o primeiro dia, porque é minha estreia no Brasil e no meu País o terreno é bem diferente, com mais pedras do que aqui, que tem caraterística de ter subidas bem íngremes. Fui sortudo de poder pedalar ao lado do Fini, porque ele conhece bem a prova e o percurso do ano passado. Apenas segui ele -, avaliou Blums. - É bem legal subir no pódio em uma estreia. Fizemos tudo que podíamos e estou feliz pelo resultado -, completou.
Tido como uma das principais duplas favoritas ao título, a parceria entre Avancini e Fumic saiu satisfeita com o resultado por abrir vantagem contra adversários potenciais. - O começo foi super positivo, porque é uma diferença pequena para dois caras que com certeza miraram muito a camisa no prólogo, assim como o Fini fez em 2017 e repetiu agora. Tentamos andar de forma eficiente, mas sinceramente não me senti bem. Foi bom para sintonizar a dupla, porque o Manu (Fumic) sabe me fazer andar mais rápido quando isso ocorre, da mesma maneira que eu o ajudo quando é o contrário -, analisou o atual campeão mundial da maratona. - Abrimos uma diferença significativa para o Tiago Ferreira (POR) e Hans Becking (NED) e também Alexey Medvedev (RUS) e Francesco Failli (ITA), duplas que largam com desvantagem e agora precisam investir um pouco mais, ou seja, algo positivo para nós neste início de semana -, avaliou Avancini. - É muito bom estar pedalando ao lado do campeão mundial. Estou bem ansioso para os próximos dias, principalmente os próximos dois. A diferença é pequena para os líderes no geral, o que me deixa bem animado -, disse Manuel Fumic. Enquanto a dupla Tiago e Hans, da DMT Racing Team, completou a abertura da prova na quinta colocação, com o tempo de 51min47seg, Alexey e Francesco, da Specialized Itália, foi a sexta colocada em 52min15seg. Quarto lugar do dia, com a marca de 50min39seg, os brasileiros Lukas Kaufmann e Sherman Trezza, da Cannondale Brasil Racing, são os donos da Camisa Branca, como melhor equipe das Américas. O top 10 do dia teve ainda Hugo Prado Neto (BRA) e Roel Paulissen (BEL), OCE/Cannondale, em sétimo, seguidos de Wolfgang Krenn (AUT) e Joris Massaer (BEL), da Bike Team Kaiser, Wolfgang Olsen (BRA) e Edson Rezende (BRA), da Caloi Avancini Team, e Ricardo Pscheidt (BRA) e Yonathan Mejia (VEZ), Trek/Shimano.
O começo foi bastante positivo para a parceria formada entre a campeã brasileira Jaqueline Mourão e a canadense Cindy Montambault. Elas largaram na frente pela Camisa Laranja, de melhor equipe feminina, com quase três minutos à frente de Viviane Favery e Marcella Toldi, da Cannondale Brasil Women. Enquanto Jaqueline e Cindy completaram o percurso do prólogo em 1h06min56seg, Viviane e Marcella concluíram em 1h09min47, tendo no momento a camisa de melhor equipe das Américas. O top 3 foi completado pelas espanholas Sandra Santaynes e Anna Ramirez, Olympia / Esteve Team, em 1h09min49. A liderança de Jaqueline e Cindy teve no entanto um momento de tensão, após a dupla presenciar uma queda da francesa Margot Moschetti, companheira de equipe de Raiza Goulão, na PMRA Racing Team / CST Sandd American Eegle MTB Racing Team. Em uma curva da região central de Arraial d'Ajuda, Margot sofreu uma queda aparentemente simples, mas que lhe custou uma lesão na região da clavícula. Como a francesa não conseguiu continuar na corrida, a dupla atual campeã da Brasil Ride está fora da competição. - Achei demais competir na Brasil Ride. Estava no meu ambiente, com muita lama e raiz. Adorei, foi muito emocionante. Porém, foi uma tristeza a queda da Margot, que caiu bem na minha frente. Foi um momento de tensão. Não desejamos para ninguém isso. Após isso, levei uns cinco minutos para recuperar o foco e a concentração, só pensando nela. Daí em diante, era não machucar-se e nem fazer nada de errado -, avaliou Jaqueline Mourão.
- Foi bem legal o prólogo. Com toda a chuva e a passagem pela mata fechada, me senti dentro de uma selva. Tive uma ótima primeira impressão do Brasil. Passei calor na corrida, apesar da chuva. Uma corrida técnica, a Jacky foi forte e acho que nossa tática deu certo -, disse Cindy. - Viemos aqui para competir os sete dias, mas é muito legal ter a Camisa Laranja para a segunda etapa, nesta segunda-feira (22). Tentaremos o nosso melhor para mantê-la -, completou a canadense.
Nesta segunda-feira (22), será a vez do deslocamento de Arraial para Guaratinga, com 121 km saindo da arena no evento, no UIKI Parracho. Os primeiros 14 km são estradões de terra, que dá para os pelotões começarem a se dissolver. Eles entram no single track (trilha estreita) apelidado de Avatar, que é uma reserva em uma área de proteção. Após o Parque Nacional do Pau Brasil, começam longos trechos de estradas de terra. Espaços largos com bastante aclive e declive, onde formam-se pelotões, mas que vão se quebrando com os chamados boqueirões, até o km 80. Daí para frente, voltam a ter os single tracks, com mais subidas, já com a vista das pedras no interior da região de Guaratinga. Os líderes devem completar o percurso em torno de 6 horas.
As etapas restantes da Brasil Ride 2018: Etapa 2 - Arraial d'Ajuda para Guaratinga - 131,8 km e 1.767 m de altimetria Etapa 3 - Guaratinga - 77,4 km e 2.106 m de altimetria Etapa 4 - Guaratinga - 101 km e 2.665 m de altimetria Etapa 5 - Guaratinga para Arraial d'Ajuda - 140 km e 2.336 m de altimetria Etapa 6 - Arraial d'Ajuda - 32,4 km e 664 m de altimetria Etapa 7 - Arraial d'Ajuda - 43,8 km e 497 m de altimetria